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Na Tailândia, monarquistas reagem a protestos pela democracia com insultos e ameaças de morte

Por PCV Comunicação e Marketing Digital

26/10/2020 às 11:59:28 - Atualizado há
Estudantes têm pedido uma mudança do regime de governo. Na Tailândia, a monarquia é associada ao nacionalismo. Manifestante pró-República em ato político na Tailândia, em 26 de outubro de 2020

Jack Taylor/ AFP

Os monarquistas da Tailândia responderam os protestos de estudantes a favor da república com insultos, ameaças de morte e fotos de caixões.

Milhares de pessoas protestam contra o governo na Tailândia

As imagens circulam há dias na internet, como a de um apoiador da monarquia que, com um fuzil automático em mãos, jura que protegerá o rei. "Quem insulta a monarquia merece morrer", diz ele.

Em ato pró-República na Tailândia, manifestante levantam três dedos como gesto antimonarquia

Mladen Antonov/ AFP

Um grupo que se autodenomina "organização de coleta de lixo" clama por uma caça às bruxas. É preciso 'lançar uma operação para se desfazer deste lixo social', escreveu em uma rede social seu fundador, o general Rienthong Nanna, "disposto a ir para a prisão para defender o soberano".

Conflito geracional

Na Tailândia, monarquia e nacionalismo estão ligados. Atacar a realeza, protegida por uma das mais severas leis de lesa majestade do mundo, é uma aberração para uma parte da sociedade que cresceu com o venerado Bhumibol Adulyadej, pai do atual monarca, que reinou no país por 70 anos.

Por outro lado, parte dos jovens se atreve a desafiar a instituição, pedindo a abolição da lei de lesa majestade, um controle sobre a fortuna real e a não-interferência do rei nos assuntos políticos.

Esses gestos de desafios inéditos foram observados em algumas das manifestações pró-democracia, que reuniram até 30 mil pessoas em Bangcoc.

Cartazes com os dizeres "República da Tailândia" foram erguidos por militantes que não se ajoelharam na passagem de uma comitiva real, conforme exigido pela tradição secular.

'Pior que a Covid-19'

O general Apirat Kongsompong, um ex-chefe do exército, comparou esses protestos a uma "doença mais difícil de curar do que a Covid-19", enquanto insultos e ameaças de morte proliferam por parte dos monarquistas.

Essa situação reacende os temores de atos de violência em um reino acostumado com os distúrbios políticos.

Os líderes dos protestos afirmam que querem modernizar a monarquia.

Os monarquistas se mostram cautelosos sobre a personalidade controversa

O rei atual, Maha Vajiralongkorn, tem uma personalidade controversa: ele se envolveu em supostos escândalos. O monarca não fez comentários sobre os acontecimentos em curso na Tailândia, mas apareceu várias vezes em público nos últimos dias, o que é raro. Na sexta-feira, ele cumprimentou um de seus apoiadores, que havia erguido um retrato de seu pai diante dos manifestantes.
Fonte: G1
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