Paraíba

Idosas paraibanas mudam a rotina durante isolamento social devido à Covid-19

Por PCV Comunicação e Marketing Digital

04/08/2020 às 10:32:57 - Atualizado há
Psicóloga diz que isolamento social, especialmente nos idosos, pode causar sentimento de abandono. Em isolamento, Dona Geisa, de 78 anos, está sem ver os filhos, em João Pessoa

Geisa Lima/Arquivo Pessoal

Um dos grupos de risco durante a pandemia de Covid-19, os idosos mudaram várias rotinas durante o isolamento social, para evitar risco de contágio. Hélia Moreira e Geisa Lima são moradoras do Cidade Madura, em João Pessoa, e passaram a adotar várias precauções.

Dona Hélia, de 75 anos, vive há cerca de 3 anos no condomínio, e dona Geisa, de 78, há 2 anos. Antes da pandemia, as duas viviam uma rotina ativa. "Eu saía muito, eu ia pra casa de um filho, de uma filha. A gente podia sair na hora que a gente quisesse, agora a gente evita por conta da saúde", conta Geisa.

Já Hélia costumava passear, andar de ônibus e visitar os amigos. Agora com a pandemia e o isolamento social, as aposentadas seguem as recomendações dos órgãos de saúde, incluindo as orientações da equipe do Cidade Madura.

"Eu só vou na farmácia, no mercadinho da esquina. Só saio de máscara, até pra ir no quintal estender uma roupa eu uso máscara", disse Hélia.

Dona Hélia conta que usa máscara até para estender roupa no quintal de casa, em João Pessoa

Hélia Moreira/Arquivo Pessoal

De acordo com a psicóloga clínica Thaísy Campos, o isolamento social pode trazer prejuízos em diversas áreas da vida e serem fatores de predisposição de um adoecimento mental.

"Para os idosos, em particular, a ausência de contato físico e de visitas dos familiares e pessoas próximas pode ser ainda mais nociva, por gerar, na maioria dos casos, um sentimento de abandono. Outro fator adverso, é que boa parte dos idosos não têm acesso à tecnologia, impossibilitando o uso de ferramentas como videochamadas", comentou a psicóloga.

Thaísy também explicou que existem algumas pessoas que lidam bem com o fato de estarem sozinhas, como é o caso de Hélia e Geisa.

Idosas vivem no condomínio Cidade Madura, em João Pessoa

Krystine Carneiro/G1

Dona Hélia não tem filhos, e os parentes mais próximos são sobrinhos, que já não mantinham contato com ela. Em casa, ela busca não ficar parada na nova rotina de isolamento. "Faço as tarefas de casa que sempre tem, leio a Bíblia, procuro sempre fazer alguma coisa porque ficar parada dá estresse", disse Hélia.

Já Dona Geisa, que tem seis filhos e netos, se acostumou a ficar sozinha, mas tem saudades da família. "No começo eu senti faltam mas agora eu já me acostumei. Faço as coisas de casa, fico no terraço de máscara e sozinha… Sinto falta da família, que a gente é apegado, mas meus filhos falam comigo diariamente, sempre ligam. Eu não me sinto só", contou Geisa.

Segundo a psicóloga Thaísy, a família tem um papel importante nesse momento e deve continuar mantendo contato com ligações, mensagens e chamadas de vídeo, incentivar hábitos como leitura e ouvir música. Além disso, os familiares também devem conversar sobre a ausência das visitas.

"Estamos vivenciando um período em que todos temos que aprender a lidar com a solidão, mas que sempre vale a pena relembrar, especialmente aos idosos, a importância deles nas nossas vidas", diz Thaísy.
Fonte: G1/PB
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