Saúde

Ex-aluno da UFU utiliza arquivos da universidade e descobre nova espécie de rã em Goiás, que foi batizada de Cora Coralina

Por PCV Comunicação e Marketing Digital

03/08/2020 às 21:01:34 - Atualizado há
Pesquisador identificou diferenças a partir da análise de dados morfológicos e acústicos registrados no Museu de Biodiversidade do Cerrado. Ao G1, ele explicou a ligação com a universidade e o motivo da homenagem à poetisa brasileira. Ex-aluno da UFU descobre nova espécie de rã no interior de Goiás

Felipe Andrade/Arquivo pessoal

O ex-aluno do curso de graduação em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Felipe Andrade, foi o responsável pela descoberta de uma nova espécie de rã, encontrada em um milharal na cidade de Palmeira de Goiás (GO). O estudo sobre a descoberta do animal foi publicado no dia 3 julho, na revista científica European Journal of Taxonomy.

A nova espécie foi batizada de Pseudopaludicola coracoralinae em homenagem à poetisa Cora Coralina. Para identificar o bicho, o pesquisador utilizou o acervo do Museu da Biodiversidade do Cerrado da UFU.

Atualmente, pesquisador na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Felipe Andrade esclareceu ao G1, os processos da pesquisa realizada em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Rio Claro (SP) e a UFU. Ele também explicou a ligação com a universidade e o motivo da homenagem à poetisa brasileira.

Descoberta

De acordo com o Andrade, a observação de espécies de rãs começou em 2013, quando ainda estava no curso de graduação em Ciências Biológicas da UFU, no campus Pontal, em Ituiutaba. À época, o pesquisador identificou outra espécie de rã encontrada em Uberlândia, batizada de Pseudopaludicola facureae.

"Ainda na graduação, eu descrevi essa outra espécie que ocorre em Uberlândia. Ela é muito parecida morfologicamente e acusticamente com a que descobri em Goiás", explicou Andrade.

Segundo ele, até a nova descoberta, os pesquisadores acreditavam que a rã encontrada na cidade do Triângulo Mineiro também existia no interior de Goiás. No entanto, as análises apontaram que a rã, de 1,5 cm encontrada em um milharal em Palmeira de Goiás, se tratava de nova espécie.

"As duas espécies são parecidas tanto morfologicamente, quanto acusticamente, mas percebemos, a partir do estudo do material genético das populações goianas, que se tratava, na verdade, de uma espécie nova", pontuou.

Ouça o canto da rã recém-descoberta pela Unicamp, que recebeu nome de Cora Coralina

Ligação com a UFU

Além de ter cursado Ciências Biológicas na Universidade Federal de Uberlândia, Felipe Andrade, durante o mestrado, o pesquisador foi orientado pelo professor da UFU, Ariovaldo Giaretta, que depois co-orientou o trabalho de doutorado do ex-aluno.

Ainda conforme Andrade, a universidade com sede em Uberlândia também foi importante para a pesquisa. O acervo do Museu da Biodiversidade do Cerrado contribuiu para diferenciação entre a pseudopaludicola facureae e a coracoralinae.

"É uma coleção muito importante de anfíbios e tem também uma coleção muito importante de arquivos sonoros do professor Ariovaldo Giaretta, que foi essencial para base de dados dessa pesquisa", acrescentou.

Homenagem

Segundo o biólogo, desde o início da pesquisa ele queria homenagear uma mulher, e nome de Cora Coralina surgiu devido a sua origem. O "Poema do Milho" escrito pela poetisa também influenciou na escolha.

"A ideia do nome surgiu do local onde o animal foi descoberto, Palmeira de Goiás. Eu queria homenagear uma mulher e cheguei ao nome da Cora Coralina, que nasceu e viveu no estado. Como a rã foi encontrada em um milharal recém plantado, e a Cora escreveu um poema cujo o título é "Poema do Milho" a homenagem era perfeita. Sugeri o nome aos coautores e a ideia foi aceita imediatamente", concluiu Andrade.
Fonte: G1/PB
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