Paraíba

Caso Mariana Thomaz: Johannes Dudeck se nega a responder questionamentos do MP durante julgamento

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Por PCV Comunicação e Marketing Digital

16/11/2023 às 22:20:09 - Atualizado há
Júri começou nesta quinta (16) e foi paralisado após mais de 9h, depois do interrogatorio do réu. A morta da estudante ocorreu em março de 2022. Johannes Dudeck, suspeito de matar a estudante de medicina Mariana Thomaz, em João Pessoa

Reprodução/TV Cabo Branco

O primeiro dia do julgamento de Johannes Dudeck, acusado de estuprar e matar a estudante Mariana Thomaz, em João Pessoa, terminou após interrogatório do réu. Johannes se negou a responder aos questionamentos do Ministério Público. O júri popular teve início pouco depois das 9h desta quinta-feira (16) no Fórum Criminal de João Pessoa após dois adiamentos solicitados pela defesa. Ele vai ser retomado na sexta-feira (17).

O julgamento aconteceu a portas fechadas e a Justiça divulgou à imprensa boletins a cada três horas, com informações sobre o andamento do Júri.

Seis testemunhas foram ouvidas na audiência, três de acusação indicadas pelo Ministério Público e três testemunhas indicadas pela defesa. Na sequência, no início da noite desta quinta-feira (16), o réu foi interrogado, mas se reservou ao direito de não responder aos questionamentos do Ministério Público.

Na sexta, o júri vai ser retomado com os debates entre acusação e defesa. A decisão do Conselho de Sentença, composto por três homens e quatro mulheres, vai ser informada ao final do segundo dia de julgamento.

A defesa de Johannes Dudeck informou em entrevista à TV Cabo Branco que não teve acesso ao processo antes do julgamento. Segundo o advogado, mídias com cerca de 10h não foram entregues a defesa desde o inicio do processo. "Porque a defesa não teve acesso a isso antes? A pergunta que se faz é essa. Por qual motivo? O que há a esconder da defesa?", ressaltou.

Relembre o caso

Mariana Thomaz foi morta por esganadura

Reprodução/Redes sociais

O corpo de Mariana Thomaz foi encontrado com sinais de estrangulamento em um apartamento, na orla do Cabo Branco, em João Pessoa, no dia 12 de março de 2022. A polícia descobriu o corpo após receber uma ligação do acusado Johannes Dudeck, informando que Mariana estava tendo convulsões.

A perícia observou sinais de esganaduras, então Johannes foi preso no local e encaminhado para um presídio especial de João Pessoa, porque alegava ter curso de nível superior. Porém, ele não apresentou o documento que comprovava a formação e, em setembro de 2022, a Justiça determinou que o acusado deveria ser transferido para o presídio do Roger.

A jovem, de 25 anos, era natural do Ceará e estava na Paraíba para cursar a graduação de medicina. Segundo informações da Polícia Civil, o acusado estava em um relacionamento há um mês com a vítima.

Caso Mariana Thomaz: julgamento de Johannes Dudeck está previsto para quinta-feira (16)

O avanço das investigações

Johannes Dudeck foi indiciado em março de 2022. O relatório final do inquérito indicou os crimes de feminicídio e estupro, conforme informações obtidas do laudo tanatoscópico do Instituto de Polícia Científica (IPC), exame feito para comprovar a existência de violência sexual. Conforme o delegado Rodolfo Santa Cruz, o último laudo foi conclusivo em relação à agressão.

O laudo cadavérico divulgado anteriormente atestava que havia tido relações sexuais de natureza agressiva, mas as investigações esperavam resultados mais detalhados para cravar a presença ou ausência de consenso.

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) ofereceu uma denúncia por feminicídio e estupro contra o empresário Johannes Dudeck.

Johannes Dudeck presta depoimento da audiência de instrução

TV Cabo Branco/Reprodução

Histórico violento do acusado

O empresário tem um histórico de processos tanto na esfera criminal quanto na cível, conforme consulta feita pelo g1 nos sistemas públicos do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) e do Ministério Público da Paraíba (MPPB). Entre os casos, vários processos administrativos envolvendo empresas dele e também casos de ameaça, lesão corporal e violência contra a mulher.

Johannes Dudeck afirmava ser formado em administração e é dono de uma empresa de revestimento, cujo registro data de 2014. Entre os processos de natureza cível em nome dele, muitos estão relacionados ao CNPJ da empresa, com reivindicações diante da não conclusão de serviços contratados.

O primeiro caso público que aparece na consulta do TJPB é relativo aos crimes de ameaça e lesão corporal, contra duas mulheres e um homem, que aconteceram em janeiro de 2020. Mas este não foi o primeiro caso criminal. Nos autos deste processo de 2020, no levantamento de antecedentes criminais, constavam dois casos de violência doméstica, um em 2013 (arquivado em 2017) e um de 2017 (arquivado em 2018). Ambos estão em segredo de Justiça.

Mas foi em setembro de 2020 que um caso de agressão levou Johannes à prisão, por descumprimento de medida protetiva e indícios graves de violência doméstica. A mulher com quem ele se relacionava já tinha feito denúncias contra o empresário e tinha uma medida protetiva que exigia que ele se mantivesse numa distância segura.

Após ser intimado pela polícia para prestar depoimento, no dia 26 de setembro de 2020 ele foi preso por colocar uma bomba sobre o carro do irmão da vítima, para fazer com que ela desistisse da acusação. O material explodiu e quebrou o vidro do veículo.

A mulher o acusou, então, de descumprir a medida protetiva. Durante a prisão ele ainda tentou fugir dos policiais. O caso foi levado à frente, passou de uma prisão em flagrante para uma prisão preventiva, diante das agressões e ameaças reincidentes. O pedido de habeas corpus chegou a ser negado em 16 de dezembro de 2020.

Lei de proteção às mulheres é sancionada

Lei Mariana Thomaz facilita o acesso a antecedentes criminais de outra pessoa na PB

Mariana Thomaz de Oliveira, de 25 anos

Reprodução/TV Cabo Branco

Foi sancionada no dia 19 de maio a Lei Mariana Thomaz, que facilita a divulgação, por parte das instituições de assistência e proteção à mulher, dos locais onde podem ser consultados os antecedentes criminais de terceiros.

A nova legislação estabeleceu que as instituições estaduais direcionadas à assistência e acompanhamento às mulheres devem promover, em seus espaços e materiais próprios, a divulgação dos sites e demais locais de consulta sobre os antecedentes criminais de terceiros.

A lei tem como objetivo desenvolver campanhas e ações diversas com o intuito de alertar e incentivar condutas de segurança entre as mulheres para que busquem conhecer o histórico de eventuais agressões ou condutas agressivas de seus companheiros, namorados e demais relacionamentos, ainda que transitórios, para que se protejam de qualquer tipo de violência.

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Fonte: G1/PB
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