Um advogado e um comerciante foram presos, na noite dessa terça-feira (13), por espancarem uma mulher trans, nas imediações do Açude Velho, em Campina Grande.
A mulher foi levada em estado grave para um hospital de Campina Grande, mas a situação médica dela foi estabilizada e ela recebeu alta. Um exame de corpo de delito identificou que ela possuía ferimentos, cortes e hematomas espalhados pelo corpo.
Em depoimento, a mulher disse que estava com uma amiga depois de participar de festejos carnavalescos e parou no quiosque para comprar uma bebida. Foi quando ela percebeu que um dos homens, possivelmente o advogado que foi preso, começou a proferir xingamentos transfóbicos. No instante seguinte, a violência física foi iniciada. Ela diz que tentou se abrigar em um quiosque e foi empurrada pelo dono do estabelecimento comercial, que se somou às agressões. Outras pessoas em seguida também passaram a agredi-la.
O advogado, por sua vez, disse em seu depoimento que a confusão se iniciou depois dele ter sido paquerado pela mulher trans. Ele alega também que foi agredido pela vítima, mas um exame de corpo de delito feito nele desmente essa versão. Não foram encontradas marcas de agressão nele.
Os dois homens seguem presos na carceragem da Central de Polícia de Campina Grande e eles vão responder por lesão corporal e crime de racismo. Isso porque ainda não existe uma lei específica que tipifique o crime de homofobia ou de transfobia, mas já existe o entendimento do Supremo Tribunal Federal que equipara esses crimes ao de racismo.