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Mais de 100 mil mulheres foram vítimas de violência no Rio só em 2021

Em 2021, mais de 100 mil mulheres foram vítimas de violência no Estado do Rio de Janeiro, cerca de uma mulher a cada 5 minutos.

Por PCV Comunicação e Marketing Digital

29/06/2023 às 19:33:25 - Atualizado há

Em 2021, mais de 100 mil mulheres foram vítimas de violência no Estado do Rio de Janeiro, cerca de uma mulher a cada 5 minutos. O dado consta no Dossiê Mulher 2022 realizado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) e foi divulgado durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência Cibernética contra Mulheres, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), realizada nessa quinta-feira (29). No entanto, o número pode ser ainda maior, já que muitas mulheres não denunciam, informou a coordenadora do ISP Mulher, Elisângela Oliveira. Ela ainda alertou que é crescente o número de crimes virtuais conforme demonstrado nesse levantamento.

CPI constatou que pela primeira vez, casos de agressão psicológica superaram o de violência física (Foto: Julia Passos/Alerj)

"Os dados foram levantados a partir de queixas registradas pela Polícia Civil e sabemos que muitas mulheres, por medo, acabam não denunciando, por isso, esse número é só um recorte. Queremos ter um dia um retrato melhor dos crimes nesse ambiente virtual, e vale frisar que com a pandemia e o uso mais frequente da internet esse tipo de crime também aumentou", informou Elisângela.

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A coordenadora do ISP informou, ainda, que pela primeira vez os casos de violência psicológica superaram as físicas, só em 2021 foram 36.795 registros. Além disso, ela lembrou que o instituto vêm buscando outras fontes além da Polícia Civil para ampliar a base de dados e melhorar o recorte dos relatórios. "Ao longo das últimas edições estamos tentando nos unir com outras esferas do Governo Federal. Hoje trabalhamos também com os dados do 190, da Polícia Militar e dos Centros de Referências", disse.

Facilitar as denúncias

Para a presidente da CPI da Alerj, deputada Martha Rocha (PDT), um dos desafios é criar mecanismos que facilitem a denúncia sem que a vítima precise ir à delegacia. A parlamentar destacou que apesar do avanço do registro on-line ainda é preciso pensar em outras formas de fazer todo processo de forma virtual.

"Quando uma mulher comparece à delegacia e chega a fazer uma ocorrência a gente fica sabendo que aquele fato ocorreu naquele dia, mas provavelmente outros fatos ocorreram também em dias anteriores, então facilitar esse processo é uma ação fundamental, para que ela registre sempre. Temos que olhar para o futuro e ver uma nova realidade em que a gente possa usar a tecnologia a favor da mulher", afirmou Martha Rocha.

Durante o encontro, a delegada especialista em crimes de internet, Natacha Oliveira, apresentou um panorama das legislações em vigor que tipificam os crimes virtuais. Entre os mais comuns estão os delitos patrimoniais e fraudes, de violência psicológica e de perseguição, inseridos recentemente. A delegada ainda explicou que o agressor pode responder por mais de um crime e ter sua pena aumentada. E destacou a necessidade de melhorar a qualificação dos policiais que trabalham nessas investigações e aumentar o efetivo.

"É preciso que haja uma renovação periódica dos quadros públicos, como também a permanente capacitação tecnológica desses servidores para que eles possam incrementar as investigações associadas ao uso das tecnologias. Os crimes apesar do ambiente ser digital as consequências são imediatas e reais que podem resultar muitas vezes em suicídios ou processos depressivos.

No final da reunião, a Comissão também aprovou a convocação dos representantes das secretarias Estadual de Saúde e de Educação e também solicitou ao ISP indicações de municípios que também possam integrar o plano de trabalho. Também estiveram presentes na reunião as deputadas Franciane Motta (MDB), Índia Armelau (PL), Tia Ju (Rep) e o deputado Luiz Paulo (PSD).

Fonte: Alerj

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