Mais uma conta relativas ao período do governo Ricardo Coutinho foi desaprovada pelo Tribunal de Contas do Estado.
Mais uma conta relativas ao período do governo Ricardo Coutinho foi desaprovada pelo Tribunal de Contas do Estado. O Pleno do TCE decidiu, nesta quarta (03/05), julgar irregulares as contas da Secretaria de Administração, referentes a 2018, sob a responsabilidade da ex-secretária Livânia Farias.
Foi também negado recurso do governo, por conta da compra de respiradores, não entregues, pelo Consórcio Nordeste. A reprovação das contas teve como relator o conselheiro substituto Oscar Mamede Santiago Melo, que, em seu voto, relacionou irregularidades e falhas contábeis, que poderiam ser passíveis de recomendações.
Entretanto, segundo o conselheiro, Livânia não apresentou argumentos suficientes para justificar pagamentos em duplicidade e despesas complementares com serviços de dados, que ensejaram a imputação de débito no montante de R$ 33 mil.
Respiradores – Ainda durante a sessão, a Corte negou provimento ao recurso impetrado pelo governador João Azevedo, em face de decisão lavrada sobre as despesas realizadas com aquisição de ventiladores pulmonares através do Consórcio Nordeste, durante a pandemia.
Histórico – Em dezembro de 2022, o TCE já havia decidido à unanimidade pela irregularidade dos procedimentos em relação à aquisição dos equipamentos, após uma inspeção especial de acompanhamento da gestão, sob a relatoria do conselheiro André Carlo Torres Pontes.
Na decisão, a Corte levantou responsabilidades do Estado, especificamente, em relação ao adiantamento de pagamentos para aquisição de ventiladores pelo Consórcio, no entanto, esses equipamentos foram pagos e não entregues.
O TCE apontou prejuízos para o Estado e determinou à Secretaria de Saúde medidas para acompanhar as ações judiciais em busca do ressarcimento, sob pena de imputação do débito apurado, conforme o voto do relator, acompanhado à maioria.
Pra entender – No início da pandemia no Brasil, em 2020, o Consórcio Nordeste promoveu a aquisição de 300 respiradores ao preço de 48,7 milhões. A compra foi anunciada como uma grande façanha do grupo de nove governadores, não fosse pelo pequeno detalhe que os aparelhos⦠nunca foram entregues!
Na sequência, descobriu-se que o executivo do Consórcio, Carlos Gabas, havia feito a compra a Hempcare, uma empresa de fornecimento de produtos derivados da cannabis, que nunca tinha comercializado aparelhos antes. E que já tinha efetuado o pagamento pela compra que não se concretizou.
O Consórcio Nordeste é integrado pelos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.