Paraíba

Viúva de taxista fala sobre morte do marido em júri de corretor; 'como se tivesse tirando a vida de uma barata'

Por PCV Comunicação e Marketing Digital

23/03/2022 às 14:46:09 - Atualizado há
Francisca Santos Alves foi ouvida no julgamento de Gustavo Teixeira Correia, acusado de matar o taxista Paulo Damião, em 2019, após uma discussão de trânsito em João Pessoa.

Imagem de circuito de segurança no momento em que Gustavo Teixeira Correia atira contra taxista durante briga de trânsito, em 2019

TV Cabo Branco/Reprodução

A viúva do taxista Paulo Damião foi uma das testemunhas ouvidas no júri popular do corretor de imóveis Gustavo Teixeira Correia, acusado de matar a vítima após uma discussão de trânsito em 2019. Francisca Santos Alves disse à juíza Aylzia Fabiana Borges Carrilho que ficou sabendo do que aconteceu pela televisão.

“O relato que todos falam e que a gente vê é o que está na TV, ele tirando a vida do meu marido como se tivesse tirando a vida de uma barata”.

O julgamento de Gustavo Teixeira Correia acontece no na 2ª Vara do Tribunal do Júri de João Pessoa, nesta quarta-feira (23) e está sendo transmitido online no canal do YouTube do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB).

Julgamento do corretor Gustavo Teixeira Correia, acusado de matar o taxista Paulo Damião, em João Pessoa

Reprodução/YouTube/TJPB

Gustavo Teixeira Correia é réu por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem possibilidade de defesa da vítima. Ele também vai ser julgado por porte ilegal de arma.

O julgamento começou por volta das 10h50 e Francisca foi a segunda pessoa a ser ouvida, cerca de 40 minutos após o início do julgamento. O advogado de Gustavo Teixeira chegou a pedir a suspensão do julgamento por falta de uma testemunha, mas a juíza negou o pedido.

A viúva de Paulo Damião respondeu às perguntas da juíza e da defesa do acusado, uma vez que nem o Ministério Público da Paraíba (MPPB) nem a assistência de acusação quiseram perguntar nada.

O dia do crime

Na primeira resposta, Francisca Alves contou como foi a rotina do casal no dia do crime, 15 de fevereiro de 2019.

“A gente estava tudo bem em casa. Eu falei que ia pegar carona com ele, ele me deixou em um determinado lugar e depois levou a filha para a faculdade e a gente foi trabalhar, cada um para o seu lado. [...] Quando foi de 11h eu falei com ele, ele disse que estava tudo bem e trabalhando, e depois eu não tive mais contato”, relatou.

Taxista Paulo Damião é morto após discussão de trânsito.

O crime aconteceu no bairro do Bessa, na capital, e foi registrado por câmeras de segurança. Segundo a Polícia Militar informou, à época, o réu estava bêbado e voltando para casa por um motorista de transporte por aplicativo. Ao chegar perto do destino, se irritou com o taxista, que estaria demorando para manobrar um veículo. O acusado reclamou com a vítima, que respondeu à reclamação com um xingamento. Em seguida, Gustavo desceu do carro em que estava e atirou seis vezes contra Paulo, fugindo a pé para casa, onde se trancou com a esposa até se entregar e ser preso.

Francisca contou no julgamento que só ficou sabendo da morte do marido ao chegar em casa, por volta das 19h. “Quando cheguei do trabalho meu cunhado estava na porta e disse: "Francisca, mataram o Mano", que era como ele o chamava”.

“Eu comecei a passar mal e sentei na cadeira. Quando meu cunhado ligou a TV eu só vi a cena de filme que a gente nunca acredita que vai acontecer com a gente. [...] A casa lá com um monte de policial e a foto do meu esposo lá, estampada na TV. Eu fiquei sem entender e meu cunhado disse: "mataram ele, ele está lá no Trauma"”.

Segundo a viúva, ela tomou um calmante e foi com o irmão da vítima até o Trauma, onde não deixaram ela ver o marido, pois ele já havia morrido.

Quem era Paulo Damião

Taxista Paulo Damião foi assassinado a tiros durante briga de trânsito

TV Cabo Branco/Reprodução

Paulo Damião tinha 43 anos e já trabalhava como taxista há 12 anos. Ele era casado com Francisca Alves e o casal tinha uma filha, que atualmente tem 23 anos, e um filho, atualmente com 11 anos.

“Meu marido era um cidadão de bem, cuidava da gente, dos filhos. Um pai muito amoroso, um marido também, um filho muito bom para a mãe, para todo mundo. E que não gostava de confusão. [...] Nunca relatou nenhum problema em todos esses anos”, contou a viúva.

Francisca trabalhava na época do crime e recebia um salário mínimo, mas segundo ela, o taxista era quem tinha a maior renda da família. “Ele quem comprava tudo. Eu ganhava um salário mínimo, mal dava para pagar as continhas que eu tinha. Ele quem pagava a faculdade da menina, quem fazia as compras”, disse.

Após a morte, segundo o relato da viúva, a situação da família piorou. “A questão financeira caiu completamente. A menina que tem que trabalhar para pagar as coisas. [...] Ela está depressiva, o menino também. Ele acorda de madrugada, atrás do pai, a gente era muito apegado a ele. [...] É um sofrimento muito grande mesmo”, completa.

Família conta como sobrevive sem taxista morto a tiros em João Pessoa

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Fonte: G1/PB
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