Saúde

Crianças não estão previstas para vacinação da Covid, diz ministério; falta de estudos é principal motivo

Por PCV Comunicação e Marketing Digital

03/12/2020 às 19:19:47 - Atualizado há
Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde, explica que 'nenhum pais do mundo tem estudos que mostrem a utilização de vacinação na faixa etária pediátrica'. O Ministério da Saúde disse em entrevista nesta quinta-feira (3) que as crianças, pelo menos por enquanto, não estão previstas na estratégia traçada para a vacinação da Covid-19. O motivo principal, além de elas não fazerem parte do grupo de risco da doença, é a falta de estudos dos imunizantes na faixa etária.

"Nenhum país do mundo tem estudos que mostrem a utilização de vacinação na faixa etária pediátrica. Até onde eu saiba, a gente não viu nenhum trabalho que mostre [a vacinação em crianças] ou nenhuma desenvolvedora que tenha colocado [uma vacina] na fase 3 nessa faixa etária. Nós não temos dados em relação a essa questão", disse Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde.

Nesta terça-feira (1º), o ministério divulgou um plano estratégico para a vacinação contra a Covid-19. De acordo com a pasta, serão quatro etapas.

Veja abaixo os principais pontos da estratégia preliminar:

Primeira fase: trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena.

Segunda fase: pessoas de 60 a 74 anos.

Terceira fase: pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da Covid-19 (como pacientes com doenças renais crônicas e cardiovasculares).

Quarta fase: professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.

VÍDEO: Entenda o plano de vacinação contra Covid-19 proposto pelo Ministério da Saúde

Inicialmente, o governo disse que a primeira entrega da vacina da Universidade e da AstraZeneca, que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) adquiriu a tecnologia, deverá ser de 15 milhões de doses. Esse número cobrira, segundo o ministério, a primeira fase do cronograma.

Ainda restariam três fases, que deverão ser complementadas em seguida. No entanto, após a quarta fase, o ministério disse que não terá como vacinar as crianças. Isso ocorre porque nenhuma das vacinas mais avançadas em fase 3 fizeram testes em pessoas com menos de 16 anos. No caso da vacina de Oxford, apenas pessoas com mais de 18 anos foram imunizadas durante os estudos.

Carla Domingues, especialista que já trabalhou na coordenação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), avalia que "crianças e adolescentes não serão vacinados tão cedo".

"Não foram feitos estudos clínicos nesta população. Vamos ter que aguardar a continuidade dos estudos. Até porque esta não é uma população que está com mais risco, é a população menos afetada. Isso é a política do Ministério da Saúde e do mundo todo", disse.

Domingues traz como exemplo similar, neste sentido, a vacina pneumocócica conjugada aprovada pelo Ministério e que só foi liberada para crianças de até 5 anos de idade, devido aos estudos científicos feitos nesta faixa etária. A vacina da gripe também passou por processo semelhante.

“Todas as vacinas acontecem isso. No caso da gripo, nós começamos a vacinar na década de 90 só o paciente idoso. E com o tempo fomos incluindo mais faixas etárias, mas a gente até hoje não vacina 100% da população. A vacinação é sempre pensando no coletivo, em quem está tendo mais risco”, complementou.
Fonte: G1/PB
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