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Funcionário do Departamento de Segurança Interna é autor de artigo contra Trump no 'New York Times'

Por PCV Comunicação e Marketing Digital

28/10/2020 às 19:34:51 - Atualizado há
Miles Taylor diz que presidente é 'um homem sem caráter'. Em 2018, ele assinou como 'Anônimo' texto que desencadeou uma frenética investigação interna na Casa Branca, no qual dizia que grupo de resistência tentava conter os 'impulsos equivocados' de Trump e minar partes de sua agenda. Miles Taylor, ao lado da então secretária de Segurança Interna, Kirstjen Nielsen, em foto de 27 de março de 2018

Tim Godbee/Department of Homeland Security via AP

O ex-chefe de gabinete do Departamento de Segurança Interna do governo Trump, Miles Taylor, revelou nesta quarta-feira (26) ter sido a pessoa que escreveu um polêmico e mordaz artigo contra o ex-presidente no "New York Times", em 2018, e um livro com o pseudônimo de "Anônimo".

Taylor disse ainda em um tuíte, seis dias antes do dia da eleição presidencial, que Donald Trump é "um homem sem caráter" e que "é hora de todos saírem das sombras".

Taylor tem sido um crítico franco de Trump nos últimos meses e negou repetidamente ser o autor da coluna - até mesmo para colegas na CNN, onde ele tem um contrato de colaborador. Ele deixou o governo Trump em junho e declarou apoio ao democrata Joe Biden para presidente neste verão.

Em um comunicado, a secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany, chamou Taylor de "um ex-funcionário insatisfeito e de baixo escalão", que "é um mentiroso e covarde que escolheu o anonimato em vez de agir e vazar em vez de liderar".

"Isso é tudo que as pessoas odeiam em Washington - mentirosos de duas caras que promovem suas próprias agendas às custas do povo", ela tuitou mais tarde. "Este é o epítome do pântano!"

O chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, chamou a revelação de Taylor de "um constrangimento monumental", tuitando: "Eu vi revelações mais emocionantes nos episódios do Scooby-Doo".

O artigo anônimo de Taylor foi publicado em setembro de 2018 pelo jornal "The New York Times", enfurecendo o presidente e desencadeando uma investigação frenética de vazamento na Casa Branca para tentar desmascarar o autor.

No texto, a pessoa, que se identificou apenas como um alto funcionário da administração, disse que fazia parte de uma força secreta de "resistência" para conter os "impulsos equivocados" de Trump e minar partes de sua agenda.

O autor escreveu: "Muitos nomeados por Trump prometeram fazer o que puderem para preservar nossas instituições democráticas, frustrando os impulsos mais equivocados do Sr. Trump até que ele saia do cargo".

O Times identificou o autor como um "funcionário sênior" do governo e recebeu algumas críticas online na quarta-feira por inflar as credenciais de Taylor.

O jornal, que afirmou ter concedido anonimato a Taylor porque seu trabalho estaria comprometido se sua identidade fosse revelada, na quarta-feira confirmou que Taylor era o autor porque ele renunciou ao seu direito à confidencialidade, mas não fez nenhum outro comentário.

As alegações enfureceram o presidente, reforçando suas alegações sobre um "estado profundo" operando dentro de seu governo e conspirando contra ele. E isso desencadeou um jogo de adivinhação que se infiltrou na Casa Branca, com funcionários atuais e ex-funcionários trocando ligações e mensagens de texto, tentando descobrir quem poderia ter escrito o artigo.

Trump, que há muito reclamava de vazamentos na Casa Branca, também ordenou que assessores desmascarassem o escritor, citando preocupações de "segurança nacional" para justificar uma possível investigação do Departamento de Justiça. E fez uma exigência extraordinária para que o jornal revelasse o autor.

Em vez disso, o autor seguiu em frente, escrevendo um livro publicado em novembro passado chamado "Um Aviso", que continuou a pintar um quadro perturbador do presidente, descrevendo-o como volátil, incompetente e incapaz de ser comandante-chefe.

Até certo ponto, ele foi ofuscado por outros ex-funcionários do governo, tanto durante as audiências de impeachment como depois, que denunciaram publicamente o comportamento de Trump com seus nomes revelados publicamente.

O comportamento de Taylor também deixa dúvidas para a CNN. Ele foi questionado diretamente por Anderson Cooper da rede em agosto se ele era "Anônimo" e respondeu: "Eu uso uma máscara para duas coisas, Anderson, Halloween e pandemias. Então não".

Josh Campbell, um correspondente de segurança nacional da CNN, tuitou que também perguntou a Taylor se ele era "anônimo" e foi informado que não.

A CNN disse que Taylor continuará contribuindo.

Em um ensaio publicado na quarta-feira no Medium.com, Taylor disse que publicou o artigo e o livro anonimamente porque queria que o foco estivesse nos argumentos, em vez de em quem os estava escrevendo.

Taylor disse que a nação não pode mais depender de burocratas para orientar Trump para o que é certo, já que "ele eliminou a maioria deles de qualquer maneira".

"Ele não merece um segundo mandato", escreveu ele, "e não merecemos sobreviver a isso".

O ex-consultor do Partido Republicano Reed Galen, um dos fundadores do grupo anti-Trump The Lincoln Project, twittou que Taylor "não é um herói". Ele acrescentou: "Ele se sentava nessas salas, naqueles conselhos de poder e permitia que a banalidade do mal funcionasse… heroísmo não é silenciar até que seja conveniente e pessoalmente vantajoso se levantar".

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Fonte: G1
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