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Armênia e Azerbaijão declaram trégua humanitária a partir de domingo

Por PCV Comunicação e Marketing Digital

17/10/2020 às 17:42:40 - Atualizado há
Acordo foi anunciado pelos ministérios das Relações Exteriores dos dois países em um comunicado conjunto. Usando máscaras, mulheres acendem velas em uma igreja em Yerevan, na Armênia, pelos mortos em combate na região de Nagorno-Karabakh, no sábado (17)

Karen Minasyan/AFP

Armênia e Azerbaijão concordaram em declarar uma "trégua humanitária" a partir da meia-noite deste sábado (17), anunciaram os ministérios das Relações Exteriores dos dois países em um comunicado conjunto.

"A República da Armênia e a República do Azerbaijão concordaram com uma trégua humanitária a partir de 18 de outubro, às 00h00 no horário local", informou o Ministério das Relações Exteriores da Armênia, anúncio confirmado pelo Ministério do Azerbaijão em um comunicado idêntico.

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O anúncio acontece horas depois de o governo do Azerbaijão informar que 13 civis foram mortos e mais de 50 ficaram feridos na cidade de Ganja, a segunda maior do país, em um bombardeio atribuído à Armênia. Segundo o Azerbaijão, dois projéteis atingiram edifícios residenciais. Já o governo da Armênia acusa o Azerbaijão de bombardeios contínuos no país.

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A troca de acusações aconteceu em meio a uma primeira tentativa de trégua, mediada pela Rússia, que já durava uma semana.

Confrontos em Nagorno-Karabakh

O bombardeio deste sábado é mais um episódio de violência após a escalada de tensão entre os dois países por causa da disputa pelo território de Nagorno-Karabakh, uma região separatista que fica no Azerbaijão, mas é de maioria étnica armênia. As duas nações estão em conflito desde o fim de setembro por causa da região. Um cessar-fogo entrou em vigor no dia 10 de outubro, mas foi interrompido pelo bombardeio em Ganja.

A região de Nagorno-Karabakh tem 140 mil habitantes, e 99% deles são armênios. Os combates entre separatistas e azeris começaram em 27 de setembro e, desde então, de acordo com contagens oficiais, o conflito já deixou mais de 300 mortos.

A região declarou independência do Azerbaijão pouco antes da queda da União Soviética. Esse movimento deflagrou uma guerra que causou 30 mil mortes e centenas de milhares de refugiados de ambos os lados na década de 1990.

O governo do Azerbaijão acusa a Armênia de ter bombardeado a cidade de Ganja no sábado (17)

Umit Bektas/Reuters

Desde então, o governo do Azerbaijão acusa a Armênia de ocupar seu território e os confrontos armados são recorrentes.

Os confrontos atuais são os mais sérios desde 1994. Após quase 30 anos de impasse diplomático, o presidente do Azerbaijão, Ilham Alyev, prometeu retomar o controle deste território, inclusive à força, se necessário.

Os países se acusam mutuamente pelos conflitos deste ano, que já causaram mais de 600 mortes.

A Armênia é um país de maioria cristã, enquanto o Azerbaijão é majoritariamente muçulmano. Décadas de negociações, mediadas por potências estrangeiras, nunca alcançaram um tratado de paz.

Mas o conflito vai além da questão religiosa, ganhando contornos geopolíticos. A Turquia, que tem laços próximos com o Azerbaijão, disse que está "totalmente pronta" para ajudar seu aliado a recuperar o controle de Nagorno-Karabakh.

A Turquia, que tem sido criticada pelos aliados da Otan por sua postura no conflito, reiterou seu apoio ao Azerbaijão. O ministro das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, disse que a Turquia "sempre estará do lado do Azerbaijão".

O governo turco acusa a Armênia de ocupar ilegalmente o território azeri. Por outro lado, a Armênia afirma que a Turquia encorajou o Azerbaijão a buscar uma solução militar para o conflito, colocando os civis armênios em perigo.

A Rússia, por sua vez, tem relações estáveis com ambos, mas é um importante aliado da Armênia e mantém uma base militar ali.

Mapa República de Nagorno-Karabakh

Alexandre Mauro/G1
Fonte: G1
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