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Pressa e cautela para confirmar juíza conservadora na Suprema Corte

Por PCV Comunicação e Marketing Digital

13/10/2020 às 05:31:58 - Atualizado há
A três semanas das eleições, senadores democratas desviam foco de fé católica de Amy Barrett e concentram-se nos riscos que sua confirmação na Suprema Corte trará ao Obamacare. Amy Coney Barrett, juíza nomeada por Donald Trump à Suprema Corte dos EUA, participa de sabatina no Senado, na segunda-feira (12)

Patrick Semansky/Pool via Reuters

Diante do inevitável -- a rápida confirmação da juíza conservadora Amy Coney Barrett para a Suprema Corte antes das eleições americanas -- os senadores democratas usam as audiências do Comitê Judiciário do Senado para chamar a atenção dos eleitores sobre os riscos que o Obamacare corre com sua nomeação.

A disputa pela vaga de Ruth Bader Ginsburg é tão apressada quanto política: a pandemia do novo coronavírus paira sobre a divisiva sabatina, no momento em que o presidente Donald Trump retoma os comícios em quatro estados, sem mostrar o teste para comprovar que está imunizado.

O ambiente tóxico no Senado, controlado pelo partido do presidente, diz tudo: republicanos se apresentam presencialmente e sem máscaras, especialmente o senador Mike Lee, diagnosticado com Covid há dez dias; democratas, virtualmente de seus gabinetes. Quatro congressistas do Comitê Judiciário são candidatos à reeleição em novembro, também preocupados em não perder eleitores.

A três semanas do voto, a estratégia dos senadores de oposição é tirar o foco da religião e da fé católica da juíza e concentrar os argumentos nos prejuízos para a saúde dos americanos. Uma semana depois das eleições, no dia 10 de novembro, a Suprema Corte iniciará as audiências sobre a Lei de Cuidados Acessíveis, sancionada há dez anos por Obama.

A contar pelo histórico de Barrett, o mais provável é que, empossada na mais alta corte americana, ela seguiria os procuradores republicanos e o governo Trump contra o Obamacare. O Congresso rejeitou anteriormente as ofensivas do atual presidente para derrubar a lei que ampliou o acesso dos americanos ao sistema de saúde.

Como resumiu em sua declaração a senadora Kamala Harris, candidata à vice-presidência pela chapa democrata, os senadores republicanos perceberam que o Obamacare é popular demais para ser revogado no Congresso e tentarão derrubá-lo na Suprema Corte:

"Agora estão tentando contornar a vontade dos eleitores e fazer com que a Suprema Corte faça seu trabalho sujo", completou Harris. A candidata suspendeu esta semana a campanha eleitoral para dedicar-se às audiências no Comitê Judiciário do Senado, do qual faz parte, e interrogar a juíza indicada por Trump.

A ex-procuradora-geral da Califórnia ganhou destaque no ano passado nas audiências para a confirmação do juiz Brett Kavanaugh, mas agora, como companheira de chapa de Joe Biden, sua posição é complicada: precisa demonstrar firmeza suficiente para agradar aos progressistas e também cautela para não afastar os moderados republicanos, que são contrários ao processo apressado de nomeação.

Coube à juíza Amy Barrett tentar desvincular o caráter político da nomeação, citando seu mentor, o juiz Antonin Scalia, que foi membro da ala conservadora da Suprema Corte: um juiz deve aplicar a lei como está escrita e não como deseja.

"Os tribunais não são projetados para resolver todos os problemas ou corrigir todos os erros em nossa vida pública. As decisões políticas e os julgamentos de valores do governo devem ser feitos pelos poderes políticos eleitos e responsáveis perante o povo", explicou em seu testemunho.

Mas, novamente, dado o histórico da juíza -- católica fervorosa, que tem apoio dos evangélicos -- essa crença não convence em temas polêmicos como aborto, porte de armas e pena de morte.

Fonte: G1
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