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Foram 78 votos contra o impeachment, 32 a favor e 15 abstenções. O resultado era esperado, segundo analistas políticos. Presidente respondia a processo por suspeita de corrupção. Congresso peruano vota contra o impeachment do presidente Martín VizcarraO presidente do Peru, Martín Vizcarra, sobreviveu nesta sexta-feira (18) à votação de impeachment no Congresso. Foram 78 votos contra o impeachment, 32 a favor e 15 abstenções.O resultado era esperado, segundo analistas políticos ouvidos pela imprensa peruana. A oposição avaliava que o momento — de crise gerada pela pandemia do coronavírus — não favorecia uma discussão sobre impeachment a apenas um ano das próximas eleições presidenciais.Presidente do Peru, Martín Vizcarra, faz pronunciamento nesta sexta-feira (18) em julgamento no CongressoPresidência do PeruO processo de impeachment contra Vizcarra, de 57 anos, foi aberto na semana passada, depois do vazamento de áudios que, segundo parlamentares, mostram o presidente tentando minimizar a sua relação com o cantor Richard Cisneros, investigado por conta de contratos irregulares com o governo.Nos áudios, Vizcarra conversa com duas assessoras sobre as idas de Cisneros ao palácio presidencial e pede para que mintam em um inquérito parlamentar.Em seu discurso diante dos parlamentares, o presidente colocou-se à disposição do Ministério Público e fez um apelo para que os congressistas "não se distraiam" neste momento em que o país enfrenta a crise do coronavírus. Segundo o mandatário, não havia comprovação de irregularidades que justificassem a sua destituição. "O único ato ilegal que está comprovado até agora é a gravação clandestina", afirmou.Apesar do desgaste, Vizcarra mantém alta a sua popularidade. Uma pesquisa da Ipsos apontou que oito a cada dez peruanos querem que ele permaneça à frente do Executivo. Derrota no Tribunal ConstitucionalNa quinta-feira (17), o Tribunal Constitucional rejeitou uma medida cautelar solicitada por Vizcarra para suspender o julgamento. A juíza Marianella Ledesma destacou que o tribunal não concedeu a medida, porque "o risco de vacância diminuiu", sinal de que os inimigos de Vizcarra não teriam votos para destituí-lo, segundo a agência France Presse. César Acuña, chefe do segundo maior partido no Congresso e possível candidato nas eleições presidenciais de 2021, já afirmou que uma derrubada de Vizcarra "só poderia agravar" a situação atual do país, já fragilizado pelo impacto da crise provocada pelo novo coronavírus.A aprovação do impeachment no Congresso exigiria 87 votos dos 130 parlamentares. Na abertura do processo, a oposição conseguiu 65 votos (21 deles do Alianza para el Progreso, de Cesar Acuña).'Complô contra a democracia'A abertura do processo de impeachment acontece em meio a confrontos entre o Legislativo e o Executivo pela aprovação de uma reforma política promovida pelo governo. A mudança deixaria candidatos condenados pela Justiça fora das eleições.Vizcarra, um centrista que assumiu a presidência em 2018 após a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski, acusa o Congresso de "complô contra a democracia". Ele não tem representação no Congresso e não pode concorrer nas eleições do próximo ano devido aos limites constitucionais.Congresso do Peru aprova abertura de processo de impeachment contra Martin VizcarraVeja vídeos das principais notícias internacionais: