Paraíba

Estudo da UFPB diz que maioria dos LGBQs sofre microagressões frequentemente

Por PCV Comunicação e Marketing Digital

08/08/2020 às 18:00:43 - Atualizado há
Estudo revelou que a maior parte da população LGBQ (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Queers) sofre frequentemente microagressões devido à sexualidade. Estudo da UFPB diz que maioria dos LGBQs sofre microagressões frequentemente

Divulgação

Um estudo de pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Comportamento Político da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) revelou que a maior parte da população LGBQ (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Queers) sofre frequentemente microagressões devido à sexualidade.

De acordo com os pesquisadores da Pós-Graduação em Psicologia Social da UFPB, Allysson Dantas, Tátila Brito, Camilla Figueiredo e o professor Cicero Pereira, foram analisadas respostas de 519 pessoas à Escala de Microagressões frente à Orientação Sexual (EMOS).

"É um instrumento psicológico composto por 24 questões. Foi desenvolvido inicialmente por pesquisadores estadunidenses com o objetivo de avaliar a percepção de pessoas LGBQs (lésbicas, gays, bissexuais e queers) sobre microagressões vivenciadas em decorrência da orientação sexual", explicou o pesquisador Allysson Dantas.

De acordo com o pesquisador da UFPB, a ferramenta EMOS tem sido utilizada em diversos lugares do mundo e busca apreender situações de discriminação "sutil" vivenciadas no cotidiano por pessoas lésbicas, gays, bissexuais e queers.

"As microagressões correspondem a situações corriqueiras. Podem se manifestar verbalmente (insultos) ou não verbal (representação de pessoas LGBQs em jornais e revistas), ser intencionais ou inconscientes. Ocorrem automaticamente. São ações que revelam o desprezo, a hostilidade, a depreciação ou discriminação devido à orientação sexual", conta Allysson.

O pesquisador também informou que o questionário inclui o uso de termos em relação a posturas "heterossexista e homofóbica", que são ações sobre comportamentos heteronormativos e de gênero e que a escala distingue dados a respeito da desaprovação de vivências LGBTQs, a negação do heterossexismo como uma realidade e a suposição de que a homossexualidade corresponde a uma patologia ou desvio sexual.

"Esses aspectos foram investigados através de dois estudos empíricos. Foram realizados entre junho e julho deste ano. Tivemos a participação de 519 brasileiros, autodeclarados gays, lésbicas, bissexuais ou queers, com faixa etária entre 18 e 65 anos, em sua maioria homens (56,5%)", disse.

Os participantes responderam a frequência com que tinham vivenciado microagressões relacionadas à orientação sexual. A variação da frequência foi observada em uma escala que variava de 0 (nunca ter vivenciado aquela situação) a 3 (ter vivenciado aquela situação muitas vezes).

"No geral, a frequência média de microagressões vivenciadas pelos participantes foi de 2,42. Isso significa que a maior parte das 519 pessoas assumiu ter sofrido microagressões de forma frequente durante a sua vida", destaca Allysson.

Ao realizar as análises, os pesquisadores da UFPB verificaram ainda a associação entre as vivências de microagressões, o estresse relacionado à orientação sexual e a autoestima da população LGBQ brasileira.

Allysson Dantas cita que a equipe da UFPB verificou a adequação teórica da ferramenta EMOS para o uso em amostras brasileiras. Além de constatar a precisão do instrumento em avaliar microagressões frente à orientação sexual.

"Os itens da EMOS retratam determinadas situações de microagressões, como ter ouvido "isto é tão gay", quando alguém estava falando sobre algo negativo, ou ter recebido um conselho para agir de modo mais "masculino" ou "feminino". A escala EMOS é uma ferramenta válida, precisa e de fácil aplicação", reforça Allysson.

De acordo com a UFPB, com o desenvolvimento de estudos por meio da ferramenta EMOS, será possível avaliar e obter dados para denunciar e amenizar o impacto das microagressões na vida e na saúde da população LGBQ brasileira.
Fonte: G1/PB
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