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Após 204 dias, família agradece prisão por assassinato de João Gregório; relembre trajetória do crime

Por PCV Comunicação e Marketing Digital

16/07/2020 às 09:35:44 - Atualizado há

Para a família, foram 204 dias de angústia. Aos simpatizantes, colegas, amigos e moradores de Granjeiro, o tempo decorrido até a prisão de Vicente e Ticiano Tomé, foi de incertezas. Eles são apontados pela polícia como mandantes do assassinato de João Gregório, em dezembro do ano passado.

Nos meses sem respostas sobre o caso, foi expressiva a pressão para que os responsáveis pudessem pagar pelo crime. Ontem (15), uma operação com mais de 60 policiais prendeu nove pessoas, somando 12 detidos ao total. Ao ser preso em casa, Vicente foi vaiado e chamado de assassino. Seu filho, em Fortaleza, correu para fugir da polícia e foi pego metros depois.


Crime orquestrado

Esse parece ser um desfecho de uma história cinematográfica. A dupla orquestrou com mais nove pessoas um crime para retomar o poder, segundo o Secretário de Segurança do Ceará, André Costa. Granjeiro tem cerca de 5 mil habitantes, mas durante os últimos meses se tornou o centro das atenções pelo modo bárbaro como a política foi tratada.

João era prefeito, Ticiano o vice, Tomé o ex-gestor, pai de Ticiano. A trama esquentou quando houve o rompimento na chapa. Vicente foi às rádios, denunciou o antigo aliado na Polícia Federal, apontou o que chamou de irregularidades. Na véspera de Natal, no entanto, Gregório foi executado em frente de casa.

Com 30 dias da morte, familiares e amigos fizeram passeata. Foram até o fórum de Caririaçu pedir por justiça. De branco, o grupo mostrou cartazes e chorou a morte do prefeito. Enquanto isso, Ticiano assumia a prefeitura. Logo depois foi votado na Câmara seu afastamento, invalidado por uma decisão judicial em seguida.


Motivação política

Sobre um carro de som, Ticiano Tomé discursou para apoiadores. Acusou o grupo opositor e disse que iriam "mamar numa jumenta". Foi aplaudido. Dias depois, seu pai Vicente foi impedido judicialmente de deixar a cidade e passou a usar tornozeleira eletrônica. Com a investigação em curso, suspeitos foram presos em outros estados.

A motivação política esteve entre as vias consideradas pela investigação. Com 90% do inquérito concluído, autoridades já dão como certo que João foi morto para ser retirado do cargo. Pai, filho e mais um comparsa tiveram prisão preventiva, e estão em um presídio de Juazeiro.


O adeus

Nas redes sociais, delegados que participaram da operação comemoraram as prisões. Também através das redes, André Costa falou que "a população esperava a resposta ha mais tempo, [...] mas não adianta prender de qualquer jeito e depois ser solto. As evidências são robustas".

Uma sobrinha de João Gregório também usou seu perfil virtual para se manifestar. No Instagram, Fernanda Gregório escreveu que o dia de ontem "não trará tio João de volta, mas a justiça só comprova o que nós já sabíamos, mataram por inveja e ganância [...]. Eu só queria que nada disso estivesse acontecendo e você estivesse feliz aqui conosco [...]".

Fonte: Felipe Azevedo / Miséria.com.br
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