HISTÓRIA DE CONCEIÇÃO PB

A DESTRUIÇÃO DOS PRÉDIOS HISTÓRICOS DE CONCEIÇÃO - PB

PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DE CONCEIÇÃO

Por Francisco Fidelis Mangueira Gomes

03/05/2020 às 12:37:03 - Atualizado há
Centro Histórico de Conceição, com mais de 150 anos. Ao longo dos anos os prédios tem sido reformados sem respeitar a preservação o patrimônio histórico da cidade.

A DESTRUIÇÃO DOS PRÉDIOS HISTÓRICOS DE CONCEIÇÃO - PB

Enquanto temos alegres notícias de que muitas grandes cidades, como Recife, Salvador, São Luís, João Pessoa e outras pequenas cidades de nosso Estado, como Bananeiras e Areia têm feito um esforço tremendo para restaurar, conservar e revitalizar seus prédios históricos, como os antigos casarões e sobrados assistimos e contemplamos, sem nada fazer, a derrubada, má conservação, reformas inadequadas e a destruição dos prédios seculares da cidade de Conceição – PB.


Conceição, apesar de ser uma pequena cidade encravada no alto sertão do Estado tem uma grande história e passado cultural e dos mais belos conjuntos arquitetônicos da Paraíba. Percebe-se isto claramente olhando para os casarões e sobrados da Praça da matriz, bem como de outros casarões espalhados pela cidade.


Umas das formas de ontem e de hoje de se demonstrar apogeu econômico e cultural, bem como concentração de sabedoria e bom gosto, é ser possuidor e morador de uma casa de refinada arquitetura. Muito do que se tem na arquitetura dos prédios antigos de Conceição vem de uma rica tradição portuguesa. Porém esta riqueza está com seus dias contados.


Conceição é umas das cidades mais bonitas da Paraíba, pelo seu povo hospitaleiro e generoso, pelas suas ruas largas e arborizadas, pela sua rica arquitetura e pelo brilhantismo dos seus filhos. Muitas cidades gostariam de ter o que Conceição tem. É preciso preservar.


O que mostraremos do passado para as futuras gerações de Conceição? Olhando para as fachadas das nossas casas poderíamos notar e dizer o que foi e quem foi Conceição no passado: uma cidade rica de tradições, bom gosto e áureo apogeu econômico. Poderíamos dizer para as gerações futuras que naqueles sobrados e casarões da Praça Cônego Antônio Andrada se concentrava as famílias mais antigas de nossa cidade e que era ali, podemos dizer o centro comercial do Município.


O que estamos vendo hoje é a derrubada e reforma destes prédios em nenhum escrúpulo e respeito as leis municipais e defesa do patrimônio histórico de nossa cidade e da nossa história, sem a mínima fiscalização do poder público, que tem o dever de impedir que estes prédios sejam derrubados e reformados, preservando assim a memória cultural do nosso povo. Inclusive, para quem não sabe, existe uma lei municipal que estabeleceu o tombamento (proibição de demolição) de muitos dos prédios que estão sendo derrubados e reformados. Onde está o poder fiscalizar dos nossos gestores, parlamentares e ministério público?


Observe que parte dos bonitos e charmosos sobrados e casarões da Praça da Matriz de Conceição, da Av. Solon de Lucena já foram derrubados ou reformados em suas fachadas, ou estão condenados a isto, bem como muitos casarões em outras ruas da cidade já foram ao chão.

Elogiamos e admiramos algumas famílias cultas de nossa cidade que insistem em preservar e restaurar os seus casarões e sobrados. É caso da família do primeiro farmacêutico de Conceição, o saudoso Sr. Alfredo Gomes de Sá. Esta família, por recomendação técnica teve que demolir a frente belíssima de um casarão da família que fica situado na Av. Sólon de Lucena de Lucena, 90. Em poucos meses a frente do casarão estava reerguida com o mesmo formato e beleza daquela que tinha sido demolida, como uma forma de preservar a memória e bom gosto da família, bem como a história da cidade.

O que escrevo aqui não é um convite a ficarmos presos ao passado, mas sim um convite à preservação da memória cultural e artística de nossa cidade. Conclamo a sociedade civil e os poderes públicos municipais de nossa querida Conceição, a se unirem e se organizarem para que o nosso precioso patrimônio arquitetônico não seja destruído, mas sim restaurado, preservado e revitalizado. Não vamos deixar derrubar e destruir a nossa história, a nossa memória, a nossa arte, a nossa cultura.

Preservar patrimônio histórico e arquitetônico de nossas cidades é preservar a nossa história, a memória dos nossos antepassados. Um povo sem história é um povo sem cultura, e um povo sem cultura é um povo sem futuro!

FIDELIS MANGUEIRA

Professor, Repórter e Psicólogo. Formado em Filosofia e Teologia pelo Instituto de Filosofia e Teologia do Seminário Imaculada Conceição da Arquidiocese da Paraíba. Formado em Psicologia pela Universidade Federal da Paraíba

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Fidelis Mangueira

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