DEUS, A RELIGIÃO E OS HOMENS

DEUS, A RELIGIÃO E OS HOMENS

Será o homem capaz de encontrar a felicidade e sua auto realização por si só? Ou será que ele somente encontrará a felicidade, o sucesso, a realização pessoal de clamar, pedir ajudar a um Deus, um santo, um anjo? Será que o homem somente será feliz se estiver aos pés de uma divindade, clamando clemencia, misericórdia, piedade, ajuda?

E se a divindade não se decidir usar de misericórdia para com o pedinte, este será para sempre um ser sofredor, frustrado, infeliz, irrealizado, sem sucesso?

Parece-me que as religiões, as igrejas, as seitas, os espiritualistas, através dos seus gurus, bispos, padres, pastores, líderes insistem em fomentar nas cabeças das pessoas que elas não podem, que são dependentes das forças sobrenaturais para alcançarem seus desejos, seus sonhos, seus projetos pessoas. Ou se fica rastejando aos pés dos deuses, pedindo, implorando, humilhando-se ou não se chegará ao sucesso e a felicidade!

Parece-me ainda que sem a figura paterna e materna dos deuses, o homem não encontrará força, coragem para enfrentar os obstáculos, e vencer os desafios.

A religião, e a política também, adora esta dependência das pessoas do poder superior, para poder manipulá-las, para que assim façam a vontade destas religiões ou organizações.

Que Deus é este que só ajuda, só potencializa, só dar graças, só abençoa se o indivíduo estiver aos seus pés, humilhando-se, fazendo oferendas, etc? Acredito que o Pai verdadeiro em si é aquele que deseja que seus filhos andem com suas próprias pernas, voem com suas asas. O amor nada exige em troca, apenas doa-se, entrega-se.

Na verdade, nem a religião, nem a sociedade, nem a politica, nem as organizações querem pessoas independentes. Estas organizações para sobreviverem precisam de pessoas dependentes, súditos, escravos, de pessoas que não conseguem viver sem um totem, para conduzir suas vidas. Pessoas que não se humilham, que não pedem, que não vivem de joelhos, que não bajulam os deuses, os espíritos, os gurus, que pensam, que tem ideias próprias, convicções próprias , não servem para a religião, para a política e para a as organizações, mas com certeza é desta pessoas que o mundo e a sociedade precisa para sua emancipação.

A imagem que me vem na cabeça, é a imagem que a regiões deste nossa infância imprime na nossa mente é que nós somos objetos nas mãos dos deuses, das forças, ocultas. Estas nos jogam pra um lado e para o outro, dependendo da nossa adesão, submissão ou não. Se for submisso, clemente, piedoso, humilhado, tenho chances de sensibilizar o coração dos deuses, e serei visto como bonzinho, e por isto, merecedor de benesses, de graças, de bênçãos, porque pedi, porque clamei, por me humilhei, por passeis horas e horas diante do altar de joelho, clamando ajuda. E se eu me decidir não pedir, não me humilhar? Serei condenado pelos deuses? Não encontrarei a felicidade? Não realizarei meus sonhos? E se os deuses fecharem os olhos e os ouvidos para mim?

Acredito em Deus, que é uma força imensa. Mas acredito também na força interior das pessoas, na potencialidade dos homens e mulheres. O que precisamos é libertar os homens e mulheres para que andem muletas, que voem com suas próprias asas.

Acredito que as pessoas precisam acima de tudo de condições humana, físicas, mentais, sociais, educacionais, culturais para alcançarem seus sonhos e objetivos. Pessoas que estão cercadas de condições sociais, as mais variadas possíveis, têm mais chances de vencer na vida. Pessoas que não tem estas condições precisam encontrar dentro de si as forças necessárias para ir ao encontro das condições.

ACREDITO QUE, O VERDADEIRO PAPEL DA HUMANIDADE, DOS PROFESSORES, DOS PAIS, SERIA AJUDAR AS PESSOAS A ENCONTRAR ESTA FORÇA INTERIOR QUE EXISTE DENTRO DE CADA UM, PARA QUE AS PESSOAS SAÍSSEM DESTAS DEPENDÊNCIAS ESPIRITUALISTAS.