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Astronomia: projeto acionará radiotelescópio de R$ 15 milhões no Sertão da PB neste mês

Por PCV Comunicação e Marketing Digital

03/06/2021 às 16:05:44 - Atualizado há

O radiotelescópio BINGO, que é considerado um dos projetos mais ambiciosos da Astronomia que já foi desenhado por cientistas brasileiros deve ser acionado ainda neste mês de junho na Paraíba.

O protótipo da versão mais complexa que será instalada na Serra do Urubu no município de Aguiar, no Sertão paraibano, está em Campina Grande, e deve ser o primeiro a entrar em operação.

A Serra do Urubu foi escolhida pelos líderes do projeto por estar longe das metrópoles e das fontes de poluição eletromagnética, o radiotelescópio, devido a sua importância para o mundo, já é conhecido como “Diamante do Sertão”.

Investimentos

Financiado por uma verba de R$ 15 milhões da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o BINGO teve também aporte de recursos da China e pleiteia ainda alguns recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para prosseguir, agregando mais cerca de R$ 5 milhões.

De acordo com informações do Jornal a União, o Governo do Estado, via Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (SEECT), em convênio com o CNPq e a Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq), havia liberado para o projeto BINGO, até o ano de 2019, R$ 368.900,00, através do Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (PRONEX).

Objetivo

O BINGO irá mapear uma faixa do céu buscando vestígios de matéria e energia presentes no Universo primordial e, de acordo com uma matéria postada em O Globo, o novo projeto consiste em captar radiação emitida por átomos de hidrogênio num período remoto, quando o cosmo tinha entre 7 e 11 bilhões de anos de idade (sua idade atual é de 13,8 bilhões de anos).

A ideia é observar alguns sinais específicos da radiação cósmica de fundo, uma luminosidade que permeia o Universo como uma espécie de “eco” do Big Bang, a explosão que o originou.

O projeto une pesquisadores do Brasil, China, África do Sul, Reino Unido, Estados Unidos, Portugal, França e Uruguai, que, juntos, pensaram em soluções relacionadas à construção do radiotelescópio, construção civil, captação, análise dos dados e ensino.

Estrutura

Liderado pelo físico Elcio Abdalla, da Universidade de São Paulo (USP), o novo observatório tem colaboradores de outras instituições brasileiras e de mais cinco países (China, Coreia do Sul, África do Sul, França e Reino Unido). Por estar lidando com um tipo de radiação muito específica, emitida de enormes distâncias, o BINGO terá um formato diferente daquele de radiotelescópios tradicionais, com estrutura de antenas parabólicas gigantes.

O BINGO possui dois pratos gigantes, grades de metal entrelaçado usadas para coletar e rebater ondas de rádio, por isso batizadas de “espelhos”. Um deles terá 45 metros de diâmetro, outro 38 metros. Nisso, ele é similar a outros radiotelescópios. O componente que o torna distinto são as antenas usadas para captar a radiação rebatida até um plano de detecção. Os cientistas usaram estruturas de alumínio apelidadas de “cornetas”, que lembram o formato desse instrumento musical.

O nome BINGO é um acrônimo em inglês para uma expressão complexa: “Baryon acoustic oscillations from Integrated Neutral Gas Observations“. O título faz referência às “oscilações acústicas de bárions”, um tipo de vibração da matéria que existiu nos primeiros anos do Universo e ficou “impressa” na radiação cósmica de fundo. É como se ela fosse um “fóssil”, revelando como era o cosmo pouco depois do Big Bang.

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